12/12/2017

O VOTO CONTRA NO ORÇAMENTO 2018

Por João Cepa

A Câmara Municipal acaba de lançar mais uma nota de imprensa, desta vez sobre o Orçamento 2018, que o presidente da câmara apelida de "maior Orçamento de sempre". Neste aspecto tem razão: é, de facto, o maior Orçamento de sempre. Esqueceu-se foi de dizer que se lhe retirar os 3,5 milhões de euros que vai utilizar de um empréstimo que a câmara contratou de forma discreta e muito silenciosa, então já deixa de ser o maior orçamento de sempre. Além do mais, um orçamento é tão só e apenas uma previsão. Em Abril de 2019, quando for apresentado o Relatório de Gestão de 2018, veremos se foi ou não o maior orçamento executado de sempre.

Mas como o presidente da câmara fez questão de mandar colocar na nota de imprensa que o Orçamento mereceu o voto contra do vereador João Cepa, acho por bem transcrever aqui a minha declaração de voto, para que os munícipes percebam as razões porque o fiz.


Os Documentos Previsionais, mesmo obedecendo por lei a algumas regras contabilísticas, não são mais do que documentos que suportam um conjunto de intenções que poderão vir a ser, ou não, concretizadas. Nesse sentido, dou mais importância aos relatórios de gestão, que demonstram aquilo que foi a gestão real, do que aos documentos previsionais. 

Na verdade, fomos habituados pelo atual presidente da câmara à apresentação de Planos e Orçamentos digamos que “ambiciosos”, e que permitem grandes notas de imprensa de auto-louvor, mas que depois se traduzem em execuções verdadeiramente miseráveis. Veja-se o exemplo do Plano de Investimentos de 2016 que terminou o ano com uma execução de apenas 36%, apesar de ter sido anunciado pela máquina da comunicação como tendo sido o melhor ano de sempre. 

Da análise da parte descritiva dos planos percebe-se que os mesmos não passam de um somatório e de uma colagem das propostas apresentadas pelos vários serviços, não tendo havido um trabalho político de análise, articulação e integração. Prova disso mesmo é a duplicação de propostas. 

No que diz respeito às Grandes Opções do Plano, é verdadeiramente assustador verificar que 28% do investimento vai para Serviços Gerais e de Administração, deixando, por exemplo, a Educação com uns tímidos 12% e as Atividades Económicas com pouco mais de 3%. 

Contudo, o que mais preocupa na análise destes documentos é aquilo que se constata no Orçamento. 

Apesar do presidente da câmara continuar a insistir no discurso do “alívio fiscal”, a verdade é que nunca o Município arrecadou tanto em impostos, taxas e tarifas como nos últimos 4 anos, fenómeno que se repetirá em 2018. No próximo ano serão cobrados aos esposendenses 10 milhões de euros, ou seja, mais 1,4 milhões do que foram cobrados em 2013. Só em tarifas de resíduos sólidos é mais meio milhão de euros do que no último ano do mandato 2009-2013. 

Neste domínio, o discurso utlizado pelo presidente da câmara de que, mesmo que queira, não pode baixar mais os impostos, é pura falácia. A Câmara Municipal pode perfeitamente baixar, por exemplo, as tarifas dos resíduos sólidos e a sua comparticipação no IRS. Bastaria querer. Não quer. 

Constata-se também um aumento absolutamente descontrolado das Despesas Correntes do Município, principalmente das despesas com pessoal. Em 2018 o Município gastará em recursos humanos mais 600 mil euros do que em 2017 e mais 1,16 milhões de euros do que em 2013. São números verdadeiramente assustadores e que terão consequências dramáticas no futuro na estabilidade financeira do Município. 

A preocupação é ainda maior quando da análise do Orçamento resulta que o aumento das Despesas Correntes em 2018 será de 870 mil euros relativamente a 2017 e de 3 milhões de euros relativamente a 2013. 

Estamos, mais uma vez, perante um Orçamento despesista: 70.000 euros para horas extraordinárias; 81.400 euros para locação de edifícios; 1 milhão de euros para estudos, pareceres, projetos e consultoria; 47.500 euros para publicidade; 357.760 euros para trabalhos gráficos, valor que será naturalmente reforçado durante o ano; etc. 

Estamos perante um Orçamento Municipal sem visão e sem ambição. Fica-se pelo despesismo e pelos gastos com coisas supérfluas, que farão com que Esposende continua a viver na ilusão e no deslumbramento, deixando-se constantemente ultrapassar pelos concelhos vizinhos em áreas tão importantes como a fixação de empresas, a criação de riqueza e a criação de emprego. 

Estas são apenas algumas das muitas razões que me levam a VOTAR CONTRA estes Documentos Previsionais.


05/12/2017

REUNIÃO DE CÂMARA | 7 DE DEZEMBRO DE 2017

Por JOÃO CEPA

A próxima reunião de Câmara realizar-se-á no dia 7 de Dezembro, quinta-feira, pelas 10h00, no Salão Nobre dos Paços do Concelho e é aberta ao público.

A Ordem de Trabalhos é a seguinte:
  1. Período de Antes da Ordem do Dia;
  2. Balancete;
  3. Acta da reunião ordinária do Executivo Municipal nº 23/2017;
  4. Voto de louvor ao Dr. Hernâni Zão Oliveira;
  5. Reorganização dos Serviços Municipais do Município de Esposende;
  6. Alteração à Estrutura Interna dos Serviços Municipais do Município de Esposende;
  7. Resolução para se requerer a redução e retificação do pedido de Declaração de Utilidade Pública para a construção de sistema intercetor e de desvio da área urbana de Esposende;
  8. Empréstimo de médio e longo prazo - "Plano de Financiamento nas Freguesias" - Alteração de finalidade;
  9. Documentos Previsionais para o ano de 2018 - Orçamento, Grandes Opções do Plano e Mapa de Pessoal;
  10. IMI - Imposto Municipal sobre Imóveis;
  11. TMDT - Taxa Municipal dos Direitos de Passagem para o ano de 2018;
  12. IRS - Participação variável no IRS para o ano de 2018;
  13. Isenção de taxas pela ocupação do espaço público e publicidade, quando conexas a qualquer atividade económica - Ano de 2018;
  14. Prestações de serviços adjudicadas no período compreendido entre 13/11/2017 e 03/12/2017;
  15. Prestação de serviços de coordenação de segurança nas obras a realizar pela Câmara Municipal de Esposende - Decisão de contratar;
  16. Participação no Capital Social das Águas do Norte;
  17. Projeto de "Recuperação e ampliação da Escola Henrique Medina - Esposende" - Escolha do procedimento por concurso público para formação do contrato e aprovação das peças do procedimento;
  18. Beneficiação da rede de drenagem de águas pluviais do concelho - 1ª fase - Auto de receção provisória;
  19. Reconstrução de muros de suporte - Auto de receção provisória;
  20. Beneficiação da Rua Nova do Calvário - Curvos - Auto de receção provisória;
  21. Avenida da Praia - Apúlia - Obras de infraestruturação de subsolo - Auto de receção provisória e liberação de caução;
  22. Beneficiação da Rua 13 de Maio - Gemeses - Auto de receção provisória;
  23. Beneficiação e reperfilamento de arruamentos em Apúlia - Auto de receção provisória;
  24. Construção de rede - Obras de infraestruturação de subsolo - Auto de receção definitiva;
  25. Arranjos exteriores da Habitação Social de Góios - Marinhas - Auto de receção definitiva e liberação de caução;
  26. Beneficiação e infraestruturação da Rua da Morena - Forjães - Auto para liberação de caução;
  27. Processo nº 250/2001 - Construções Vianazende, Lda - Gemeses - Caducidade da licença;
  28. Processo nº 256/2001 - Construções Vianazende, Lda - Gemeses - Caducidade da licença;
  29. Processo nº 116/2015 - Marisa Belinho Pontes - União das Freguesias de Fonte Boa e Rio Tinto - Caducidade do processo de licenciamento;
  30. Processos nº 251/2001, nº 252/2001, nº 254/2001, nº 257/2001 - Barca do Lago Pinhos, SA - Gemeses - Caducidade das licenças;
  31. Apoio às Juntas de Freguesia - Mês de Novembro de 2017 - Ratificação;
  32. Apoio financeiro à Junta de Freguesia da União de Freguesias de Esposende, Marinhas e Gandra;
  33. Concessão de apoio financeiro à Associação Desportiva de Esposende para custear a substituição de iluminação no Estádio Padre Sá Pereira;
  34. Associação Comercial e Industrial do Concelho de Esposende - Acordo de Cooperação - Apoio ao Empreendedorismo, Inovação e Promoção Empresarial;
  35. Designação do Fiscal Único da EAMB - Esposende Ambiente, EM para o ano de 2018;
  36. Instrumentos de Gestão Previsional da EAMB - Esposende Ambiente, EM para o ano de 2018 - Para conhecimento;
  37. Contrato-Programa para a prestação de serviços de resíduos urbanos e limpeza pública no Município de Esposende para o ano de 2018;
  38. Contrato-Programa para a prestação de serviços de execução de tarefas de gestão de espaços verdes públicos, da gestão da vertente ambiental e de gestão do sistema de águas pluviais na área do Município de Esposende para o ano de 2018;
  39. Relatório de Gestão - 1º Semestre de 2017 - Para conhecimento;
  40. Designação do Fiscal Único da Esposende 2000 - Atividades Desportivas e Recreativas, EEM;
  41. Instrumentos de Gestão Previsional da Esposende 2000 para o ano de 2018 - Para conhecimento;
  42. Contrato-Programa para o desenvolvimento dos projetos sociais da Esposende 2000 para o ano de 2018;
  43. Tarifário para acesso aos serviços prestados nos equipamentos sob gestão da Esposende 2000 para o ano de 2018.
Nos termos do Regimento aprovado, as pessoas que pretendam intervir no período destinado ao público, terão de se inscrever antes do início da reunião, indicando o assunto que pretendem tratar.

04/12/2017

QUERIDO MUDEI A CASA

Por JOÃO NUNES

Há diversos programas que mudam as casas das pessoas. Basta pedir apoio e aguardar. Mudam a vida das famílias, sob o slogan de “que temos muito gosto em mudar a sua casa”. A verdade é que, às vezes, assistimos a grandes e fantásticas alterações; comparando o antes e o depois, vemos proprietários, veneradores e obrigados, que curvados diante dos seus benfeitores, repetem os seus agradecimentos, desaguando quase sempre no “que Deus lhe pague”.

A Câmara Municipal de Esposende (CME), agora empanturrada com tantos votos obtidos no último ato eleitoral autárquico, aderiu a este conceito.

Não para mudar os quartos, as janelas, a iluminação, o jardim, o aquecimento, a cozinha, o sistema solar, etc., etc., a qualquer um dos seus munícipes, mas sim, para refinadamente MUDAR PESSOAS/TRABALHADORES, dos seus anteriores locais de trabalho, sendo, pelo menos parece, cirurgicamente escolhidos. Tipo “vassourada”.

Não querendo duvidar das boas intenções de quem manda, ressalta o espirito magnânimo do mesmo, pois ao que se sabe, nenhum dos visados pediu para ser transferido. Claro que tudo isto é feito, na perspetiva do mandador, na salvaguarda dos superiores interesses da municipalidade. Mesmo que os “escolhidos” não concordem; mesmo que não queiram e, mesmo que sintam que essa decisão é um ato humilhante nas suas vidas, que contraria o exemplar profissionalismo de tantos anos anteriores, a verdade é que os selecionados para a mudança, não têm alternativa. As mudanças forçadas parecem irreversíveis.

Será que isto é feito em nome da eficiência? O futuro o dirá.