06/09/2018

ENTREVISTA DO VEREADOR DO JPNT AO JORNAL "NOTÍCIAS DE ESPOSENDE"

Ficou surpreendido com os resultados das últimas eleições autárquicas? Que explicação encontra para esses mesmos resultados? 

Mentiria se dissesse que não fiquei surpreendido. Sabia de antemão que seria uma luta extremamente difícil e muito desigual, mas pelo que ia ouvindo das pessoas, quer nas críticas ao desempenho do presidente da Câmara, quer nos pedidos que me faziam insistentemente para regressar ao desempenho das funções, apostava claramente num resultado mais equilibrado. Importa referir que não tomei a decisão de me candidatar sem ouvir antes um conjunto bastante alargado de pessoas, nomeadamente autarcas de freguesia do PSD, que sempre se manifestaram favoráveis a uma candidatura minha, fruto do seu próprio desencanto e desagradado com o desempenho do meu sucessor. Muitos deles, meses depois, voltaram a ser candidatos pelo PSD e voltaram a apoiar com grande convicção (ou talvez não) o candidato do partido à Câmara Municipal. Infelizmente a política é mesmo assim. Por clubismo ou a troco de qualquer coisa, facilmente se muda de opinião ou se dá o dito por não dito. Quanto à explicação para os resultados, julgo que contribuíram um conjunto de fatores: desde logo o número significativo de pessoas que terá votado PSD pensando que estaria a votar em João Cepa; o facto dos restantes partidos terem escolhido o JPNT como alvo a abater, direcionando a sua campanha contra o movimento e poupando dessa forma o PSD; o voto útil de algum eleitorado PS e CDS, que prefere Benjamim Pereira a João Cepa na presidência da câmara municipal; um PSD que se sentiu ameaçado, que tocou a rebate, e que trabalhou como nunca tinha trabalhado em campanha eleitoral em defesa do partido; a implementação de uma política de subsídio e de obras à porta das eleições, política que já tinha caído em desuso, mas que funcionou em Esposende; a gigantesca campanha de promoção da imagem do presidente da Câmara, nomeadamente através da distribuição massiva dos boletins municipais, campanha paga com o dinheiro dos munícipes; mas acima de tudo e principalmente, a campanha vergonhosa de calúnia e de difamação à minha pessoa, que foi orquestrada e implementada desde muito cedo (começou em abril de 2014), tentando numa primeira fase impedir-me de ser candidato e numa segunda fase, e porque a primeira não resultou, tentando virar a opinião pública contra mim. Inventaram-se e difundiram-se as coisas mais inacreditáveis a meu respeito. Poderia dar imensos exemplos, principalmente no campo da seriedade ou falta dela, mas dou apenas um exemplo de natureza estritamente política: um candidato do PSD a uma Junta de Freguesia, levou pessoalmente a mensagem a todas as casas dessa mesma freguesia, de que o João Cepa tinha deixado a presidência da Câmara em 2013 não por ser obrigado pela limitação de mandatos, mas porque tinha deixado o Município praticamente na falência e que agora queria regressar porque a situação financeira já era novamente boa. Estas mensagens foram difundidas não só por responsáveis políticos e candidatos, mas também por alguns empresários da nossa praça, que se empenharam nas eleições como se fossem eles próprios candidatos, vá-se lá saber porquê. Jogou-se muito, muito sujo nestas eleições. O que mais me entristece é que muita gente se tenha deixado levar e tenha acreditado em tanta mentira. 


Arrepende-se de ter sido candidato como independentemente à presidência da Câmara Municipal de Esposende? Se voltasse atrás no tempo voltaria a ser candidato? 


Eu só me arrependo daquilo que não faço. Se tivesse optado por não ser candidato, ter-me-ia arrependido. É certo que somos todos muito bons a dar palpites à posteriori, mas também é legítimo recorrermos à expressão “se soubesse o que sei hoje”. E se soubesse o que sei hoje, por mim teria sido novamente candidato e sem qualquer tipo de hesitação, porque o fiz com toda a convicção e na certeza de que dessa forma estava a defender o interesse do Município. Contudo, não posso ficar indiferente ao facto de, ao ser candidato, ter envolvido um conjunto de pessoas na candidatura que hoje, num concelho em que a “democracia” e a “liberdade” são meras palavras de dicionário, estão a sofrer represálias pelo facto de terem tido a coragem de enfrentar o Poder. Se dediquei grande parte da minha vida a tentar ajudar as pessoas a resolverem e a ultrapassarem problemas, o que menos quero é criar-lhes problemas. Aos que tiveram a coragem de me acompanhar, serei eternamente grato, e àqueles a quem criei problemas só posso mesmo pedir desculpa. 


Saiu deste processo ainda mais desiludido com a política? 


Com a política não, porque nunca me iludi com ela. Saí deste processo muito mais desiludido com as pessoas. Não com aquelas que não me apoiaram e/ou não votaram em mim. Em democracia cada qual é livre de fazer as opções que entender, tenha as motivações que tiver. Saí desiludido sim com aquelas pessoas que se fizeram passar por minhas amigas durante anos e que permitiram, participaram, aplaudiram e em muitos casos incentivaram, a campanha vergonhosa de calúnia e de difamação de que fui alvo. A essas não perdoo, principalmente aquelas com as quais criei laços de amizade antes de ser presidente da câmara. Apesar de tudo saí mais rico como ser humano desta experiência. Fiquei a conhecer melhor as pessoas e aquilo que as move. 


E recuando um pouco mais no tempo, em termos políticos, voltaria a tomar as mesmas decisões que tomou? 


Como sempre tomei decisões com a convicção de que eram as mais corretas, naturalmente que as voltaria a tomar. Mas tal como já referi podemos sempre recorrer ao “se soubesse o que sei hoje”. E se soubesse o que sei hoje, naturalmente que teria ponderado melhor algumas dessas decisões. Há convites que fiz que nunca teria feito, há “sins” que disse que nunca teria dito, há prioridades que defini que nunca teria definido, há amizades que permiti que nunca teria permitido. 


Como viu a participação ativa de Alberto Figueiredo na campanha do PSD e o seu apoio a Benjamim Pereira? E como vê este seu reaparecimento no espaço político local, através da participação em iniciativas municipais e da publicação de entrevistas de carácter político? 


Como ponto prévio, quero deixar desde já claro que por mais razões de queixa que possa ter ou que possa vir a ter de Alberto Figueiredo, nunca ninguém me ouvirá dizer publicamente algo menos abonatório em relação à sua pessoa. Foi um extraordinário autarca, e bastaria isso para merecer todo o meu respeito, mas foi acima de tudo uma pessoa com quem aprendi imenso, nomeadamente a colocar sempre os interesses do concelho acima dos interesses partidários. E é por esta razão, e porque sei que não é um praticante do “olhai para o que eu digo, não olheis para o que eu faço”, que não concordo com quem defende que o seu envolvimento na última campanha visou essencialmente a defesa dos interesses do PSD. Se Alberto Figueiredo apoia incondicionalmente Benjamim Pereira e o seu programa, é porque se revê e se identifica com os mesmos e porque entende que são os melhores para o concelho. Acredito que Alberto Figueiredo encontre em Benjamim Pereira as qualidades políticas e de personalidade que entende serem fundamentais para quem exerça a presidência do município esposendense, lugar que já foi seu e que tão bem conhece. Tem naturalmente um ponto de vista diferente do meu, mas tal não constitui razão para lhe fazer qualquer crítica ou para ficar melindrado pelo facto de se ter empenhado em não permitir o meu regresso às funções que assumi aos 28 anos, quando o substituí na presidência municipal. Quanto ao seu reaparecimento na política local, quer em iniciativas municipais, quer em iniciativas partidárias, para mim é um bom prenúncio. É o prenúncio de que poderá ter voltado atrás na decisão de nunca mais se envolver em política e que poderá vir a ser uma forte possibilidade como candidato do PSD à presidência da Câmara Municipal em 2021, o que a acontecer seria ótimo, porque o Município precisa urgentemente de um líder com competência, visão, sentido de responsabilidade e ambição, isto se quer competir e ombrear minimamente com os concelhos vizinhos, como acontecia no passado. 


Que balanço faz destes primeiros 10 meses de mandato, quer do ponto de vista da ação do Executivo, quer do ponto de vista do seu trabalho enquanto vereador da oposição? 


Julgo ser ainda muito cedo para fazer balanços. Além do mais, dos 10 meses que já passaram, estive apenas 7 como vereador, uma vez que me vi forçado a suspender o mandato durante 3 meses por motivos de saúde. De qualquer forma, e quanto ao desempenho do Executivo, há pelo menos duas ou três questões que são muito claras: os serviços municipais continuam desorganizados e sem capacidade e eficácia na resposta às necessidades dos munícipes, apesar do número de trabalhadores ter aumentado exponencialmente nos últimos 5 anos; os gastos de centenas de milhares de euros anuais com publicidade e propaganda continuam a dominar a gestão; os eventos e as festas continuam a ser a grande prioridade do Executivo; e a estratégia de fazer festas e distribuir subsídios nos 3 primeiros anos de mandato e deixar as obras para o último ano, tal como foi feito no mandato anterior e que produziu os resultados eleitorais que se conhecem, é uma estratégia que está novamente a ser seguida. No que diz respeito ao trabalho como vereador da oposição é naturalmente um trabalho difícil e que exige grande persistência, principalmente quando se lida com um Poder que está inebriado com os resultados eleitorais e que vive no mundo da fantasia, achando que tudo o que faz é maravilhoso, por mais insignificante que seja, e que não aceita críticas, nem sequer construtivas, ou reparos que lhe são feitos. Até à data o trabalho tem sido essencialmente de fiscalização da ação da Câmara e de chamadas de atenção para os erros que são sistematicamente cometidos. Infelizmente é um trabalho que se torna por vezes inglório, porque tem pouca visibilidade. Enquanto o presidente da Câmara distribui mensalmente por todas as casas do concelho um boletim informativo/propagandístico com um chorrilho de mentiras, pago com os nossos impostos, o vereador da oposição tem as redes sociais como única ferramenta disponível para divulgar o seu trabalho, ferramenta que como se sabe chega a uma percentagem limitada da população. A propósito do boletim municipal, deixo aqui um desafio à população. Se tiverem oportunidade de reler todos os números que foram distribuídos nos últimos 3 anos, vejam a quantidade de coisas que foram anunciadas e prometidas e que estão por concretizar. Seria bom que as pessoas não se limitassem a ler e a darem o que leem como adquirido. Devem monitorizar a concretização do que se anuncia e o cumprimento do que se promete. 


Desde o início do mandato que tem requerido ao presidente da Câmara Municipal, na qualidade de vereador da oposição, informações, esclarecimentos, cópias de documentos e autorização para a consulta de processos. Já teve respostas e/ou autorizações? 


Há um aspeto que se tornou claro desde muito cedo: este presidente da Câmara lida bastante mal com a transparência. Parece que vive obcecado em esconder informação e com a ideia de que alguém possa passar informação para o exterior. Mas afinal, o que a Câmara faz ou deixa de fazer, o que dá ou deixa de dar, o que aprova ou deixa de aprovar, não deve ser do conhecimento público? O que leva um autarca a recorrer a todos estes truques e estratagemas para esconder informação? Sim, porque é mesmo isso que tem acontecido. Como é do conhecimento público, desde o início do mandato que tenho requerido formalmente, porque o presidente da Câmara assim o exige, um conjunto de informações, esclarecimentos e cópias de documentos, assim como autorização para consultar processos. Nos primeiros 7 meses de mandato nem resposta tive. Só depois de ter denunciado publicamente esta sonegação de informação e de documentos, é que começaram a ser entregues a conta gotas. Um dos estratagemas utilizados para fugir ao fornecimento de documentos foi pedir um parecer a uma entidade estatal relativamente à “legalidade” do ato. O parecer já chegou e diz claramente que os documentos devem ser fornecidos não só ao vereador da oposição como a qualquer munícipe que os requeira. Ainda não os recebi, apesar do parecer já ter chegado a algumas semanas. Também ainda não tive autorização para consultar processos de licenciamento. Só para terem uma ideia, ainda estou à espera que me digam qual foi a empresa que produziu o vídeo que foi apresentado na sessão solene do Dia do Município do ano passado, pergunta que fiz na primeira reunião de câmara deste mandato, em outubro de 2017. A conclusão a que se chega é que há a preocupação de esconder informação sobre atos de gestão. O que posso garantir é que por mais difícil que seja, por mais entraves que coloquem, mesmo que não faça mais nada, enquanto vereador tudo farei para que haja transparência e esclarecimento sobre a forma como se gere o dinheiro público. 


Que diferenças existem entre o PSD de Benjamim Pereira e o PSD de João Cepa? Que diferenças existem entre a presidência municipal de Benjamim Pereira e a de João Cepa? 


Imensas. Desde logo porque cheguei à conclusão que nunca houve um PSD de João Cepa. O João Cepa sempre foi um militante, autarca e dirigente partidário malcomportado e indisciplinado, que nunca deixou de levantar a voz contra o partido sempre que estava em causa o interesse do concelho. O João Cepa, por exemplo, teria gritado a plenos pulmões contra o Governo PSD quando este esvaziou de competências o Tribunal de Esposende. Aliás, o João Cepa desfiliou-se quando o Governo PSD desrespeitou e prejudicou o concelho. Por isso nunca houve um PSD de João Cepa. Por isso e porque sempre resistiu às tentações da partidarite nos atos e nas opções. O João Cepa sempre foi respeitado dentro do PSD não porque fosse um defensor incondicional do partido, mas porque ganhava eleições e porque tinha o poder. Mas também esta forma de estar nunca fez de mim menos social-democrata que outros. Aliás, sempre preferi este estatuto de militante indisciplinado ao de fazer aquelas cenas tristes que outros fazem, como a de participarem num comício, ao lado de uma imagem gigante de Francisco Sá Carneiro, a criticarem e atacarem quem decide ser candidato independente em alternativa ao PSD, chamando a si toda a autoridade moral e sugerindo-se como exemplo de lealdade partidária, e meses depois saírem para fundarem um partido concorrente. Quanto às diferenças entre a presidência de João Cepa e a presidência de Benjamim Pereira, são tantas que para não ser fastidioso vou ter de resumir a uma simples frase: Benjamim Pereira é o presidente do convívio e das festas, João Cepa era o presidente do trabalho e das obras. Benjamim Pereira é o presidente “bonzinho”, João Cepa era o presidente “mau feitio”. A população deixou claro em outubro passado que prefere o primeiro. Resta-me respeitar a preferência. 


Tem manifestado publicamente a sua preocupação relativamente áquilo que têm sido as prioridades do atual presidente da Câmara Municipal, no que diz respeito aos investimentos e à estratégia de desenvolvimento para o concelho. No mesmo sentido, há quem considera que na gestão dos destinos do concelho de Esposende a competência foi substituída pelo populismo, fazendo-se com frequência referência à fábula da Cigarra e da Formiga. Concorda com esta perspetiva? O que o preocupa na realidade? 


O que mais me preocupa é o futuro do concelho, que é o mesmo que dizer que me preocupa o futuro dos nossos filhos e a possibilidade de continuarem a viver cá. A atual situação do Município faz-me lembrar aquela fruta reluzente e de aspeto apetitoso que se encontra normalmente nas grandes superfícies e que quando a abrimos constatamos que afinal está podre por dentro. Estamos a viver no mundo da fantasia e do deslumbramento, isto enquanto os concelhos vizinhos nos estão literalmente a comer as papas na cabeça. Desculpem-me a expressão, mas é a que melhor retrata o que nos está a acontecer. Hoje não passamos do tipo porreiro que se dá bem com toda a gente, mas a quem toda a gente passa a perna. Já viram a dinâmica com que estão concelhos como Viana do Castelo, Barcelos ou Póvoa de Varzim? Já viram a quantidade de empresas que deixaram Esposende para se mudarem para esses concelhos? Há alguma coisa mais importante para o crescimento de um concelho do que a criação de emprego e a melhoria da qualidade de vida? E nós o que fazemos em Esposende? Fazemos umas obrazinhas para contentar autarca e morador de rua, semeamos quilómetros de ciclo e ecovias cuja manutenção nos vai custar os olhos da cara, atribuímos uns subsídios às associações locais e fazemos tantas festas que já nem sabemos se temos uma Câmara Municipal ou uma promotora de eventos. Diz o presidente da Câmara que a nossa aposta é no Turismo. Mas qual Turismo? Aquele que vem de manhã para a praia e vai embora ao final do dia, deixando lixo e não comprando sequer um café? Ou o que enche o Largo dos Bombeiros nos concertos de Verão? Esses não são turistas, são visitantes. São esses que vão permitir que o comércio sobreviva 365 dias por ano? É triste, mas o concelho está sem rumo e sem uma estratégia de crescimento. Se dúvidas houvesse, veja-se a resposta dada pelo presidente da Câmara quando foi desafiado pela bancada do JPNT na Assembleia Municipal a indicar aquele que considera ter sido o principal projeto estruturante idealizado, projetado e concretizado no mandato anterior: a resposta foi… o programa de apoio às rendas. Julgo não ser necessário dizer mais nada. 


Se a população o tivesse escolhido para voltar a presidir à Câmara Municipal de Esposende, quais teriam sido as suas primeiras medidas e que investimentos elegeria como prioritários? 


A primeira medida teria sido reorganizar os serviços municipais, pondo-os a funcionar novamente com eficácia e eficiência. Da mesma forma, tomaria medidas imediatas de gestão no sentido de cortar com o despesismo e com o desperdício dos recursos municipais. A ação municipal voltaria a estar centrada na resolução dos problemas dos munícipes e não na promoção dos autarcas. Quanto aos investimentos prioritários, eles estavam bem explícitos no Programa de Governo Municipal 2017-2021 que o JPNT elaborou e apresentou à população, e que ao contrário de outros não foi copiado de ninguém. Não os vou estar a referir novamente porque para além de me tornar ainda mais exaustivo, na verdade também não foram aqueles que foram escolhidos pela população. De qualquer forma, não posso deixar de destacar a necessidade de criação de um novo Parque Empresarial, de iniciativa exclusivamente municipal (sem terrenos privados, sem especulação imobiliária e sem negócios privados de construção e venda de micro-pavilhões), que permitisse tornar o concelho competitivo na captação e fixação de empresas; a aposta na Educação/Cultura, nomeadamente com a criação do Conservatório de Música e Artes de Esposende; o alargamento da oferta da rede de equipamentos e serviços sociais, especialmente para os idosos; e a valorização do território, nomeadamente através da criação do Parque Urbano. 


Desde o mandato anterior que a Câmara Municipal tem andado a anunciar grandes projetos e grandes investimentos para Esposende, como seja o Centro de Negócios, o Parque da Cidade, o Centro de Incubação de Base Tecnológica Nacional e Internacional de Empresas; o Instituto Multidisciplinar de Ciência e Tecnologia Marinha, a criar na Estação Radionaval de Apúlia; o Centro de Divulgação Científica, a criar no Forte de S. João Baptista; etc. Acha que é viável a concretização destes projetos? 


Espero sinceramente que sejam concretizados. Contudo, e depois daquilo a que tenho assistido nos últimos 5 anos, já é como S. Tomé: ver para crer. O Centro de Negócios ainda não sei bem o que é, exceto que foram pagos a um autarca do PSD, em apenas um ano, 100 mil euros de rendas por um espaço que nunca foi utilizado. O Parque da Cidade, cujo projeto foi apresentado com pompa e circunstância na véspera das eleições, ainda não se viu nada e julgo que nem sequer há 1 m2 de terreno adquirido. Quanto à Estação Radionaval de Apúlia e ao Forte de S. João Baptista, o que sei é que o presidente da Câmara meteu na gaveta o acordo que eu tinha feito com o Governo, antes de abandonar a presidência, porque não queria ter de repartir mérito, fazendo um novo acordo, que é bem menos vantajoso para o Município. Em suma, aguardemos para ver no que é que dá. Julgo que na pior das hipóteses, lá para julho ou agosto de 2021 teremos mais uns vídeos de apresentação de projetos e mais umas estruturas espalhadas pelas ruas com imagens 3D, com promessas de concretização. Falta saber o que dirá a população. É que à primeira todos caiem, mas à segunda… 


A Câmara Municipal gastou entre 2014 e 2017 qualquer coisa como 1 milhão, 643 mil, 736 euros em publicidade e trabalhos de tipografia. Para esclarecimento dos que utilizam habitualmente a expressão "sempre foi assim", quanto gastava a Câmara Municipal no seu tempo de presidente? 


Sem poder precisar valores, uma vez que a Câmara Municipal retirou do seu site os relatórios de gestão anteriores a 2013, provavelmente porque não queria que se fizessem comparações, julgo que no meu tempo as despesas com publicidade e trabalhos de tipografia rondavam os 70 mil euros anuais, ou seja, cerca de 280 mil euros durante o mandato, um “pouco” diferente dos 1,6 milhões de euros gastos no mandato anterior. Essa expressão do “sempre foi assim” é habitualmente utilizado ou por quem vive no mundo da ignorância ou por quem tem falta de argumentos na defesa partidária. Mas o que mais me preocupa no meio disto tudo é constatar que, de uma forma geral, as pessoas são muito pouco exigentes relativamente à forma como o dinheiro dos seus impostos é gasto. As pessoas reclamam porque acham que pagam muito de água, resíduos, IMI, IMT, etc, mas depois ficam indiferentes à forma como esse dinheiro é aplicado. Para mim, uma câmara com a dimensão da de Esposende, gastar 1,6 milhões de euros em publicidade e em tipografia em 4 anos é um escândalo. Infelizmente parece que somos poucos a ter esta opinião. 


A Câmara Municipal de Esposende foi uma das autarquias que foi recentemente alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária no âmbito da denominada “Operação Tutti Fruti”, que investiga alegados favorecimentos a empresários ligados ao PSD. Na última Assembleia Municipal o presidente da Câmara não só desvalorizou as buscas, tendo inclusive associado as mesmas ao vereador da JSD, como insinuou que no passado também teriam ocorrido buscas. O que tem a dizer sobre este assunto? 


Em primeiro lugar lamentar que o nome de Esposende tenha surgido na comunicação social por essas razões. Com fundamento ou sem fundamento, é péssimo para a imagem do Município. Em segundo lugar, desejar que os processos em causa sejam rapidamente esclarecidos, deixando que a Justiça faça o que tiver de ser feito. Por último, e quanto às insinuações feitas pelo presidente da Câmara, área na qual ele é especialista, gostaria de esclarecer que como não estive nessa Assembleia Municipal, por estar com mandato suspenso, enviei de imediato um email ao presidente da Câmara a solicitar esclarecimentos e uma clarificação, nomeadamente que me dissesse se tinha conhecimento de alguma busca efetuada no período compreendido entre 1998 e 2013 e se algum dos processos alvo de investigação na busca ocorrida recentemente era relativo a esse período. Como seria de esperar não obtive resposta, porque o presidente da Câmara é tão bom a insinuar como é bom a ficar calado quando se trata de esclarecer, mas deixo eu o esclarecimento. Enquanto exerci as funções de presidente da Câmara recebemos de facto alguns pedidos de informação e de cópias de documentos por parte da Polícia Judiciária, na sequência da receção de denúncias anónimas, mas nunca houve buscas ao Município como houve agora. Nenhum dos processos que estão a ser alvo de investigação neste momento diz respeito ao período anterior a 2013. 


Este ano comemoram-se os 25 anos da elevação de Esposende a cidade. Para assinalar a efeméride a Câmara Municipal procedeu à edição de um livro, no qual se destaca apenas o dia e ano em que a elevação se concretizou, não se retratando a História do concelho dos últimos 25 anos. Acha que foi propositado para branquear os seus 15 anos de presidência? 


Não sei se foi propositado, mas também não é algo que me preocupe ou que mereça a minha atenção. A História não se faz dos livros que a Câmara Municipal publica e dos prefácios que o presidente escreve. A História faz-se das obras, das concretizações e da memória dos esposendenses. Tudo o resto é politiquice barata, mesquinha e básica. 


O PSD chumbou a sua proposta de atribuição da Medalha de Mérito Cultural aos criadores e responsáveis pelo Coro de Pequenos Cantores de Esposende e Coro ARS Vocalis: Helena Venda Lima, Carlos Pinto da Costa e Diogo Zão. Acha que foi uma retaliação pelo facto da Helena Venda Lima o ter apoiado nas últimas eleições? 


Deixe-me começar por dizer que, pelas razões que já tive oportunidade de explicar publicamente, a atribuição desta distinção a estes 3 cidadãos era mais do que merecida e mais do que justa. Quanto às razões que levaram o presidente da Câmara e os vereadores do PSD a votarem contra, só posso mesmo especular, porque não tiveram sequer a preocupação de explicarem por que razão chumbaram a minha proposta. Não sei se foi por ser uma proposta minha, se foi por a Helena Venda Lima ter sido minha apoiante, ou por acharem que o trabalho realizado por estas 3 pessoas não tem assim tanto mérito. O que sei é que o desejo de afastarem a Maestrina Helena Venda Lima da direção dos coros e de afastarem o Prof. Pinto da Costa da direção da Escola de Música já vem do mandato anterior e só não foi concretizado porque os pais manifestaram na altura o seu desagradado e se teve receio das consequências políticas. Preocupa-me muito esta postura de terra queimada. Preocupa-me muito a possibilidade desta obsessão quase doentia de se envolver sempre a política partidária em todos os assuntos municipais nos levar a perder pessoas com muito valor e que podem fazer ainda muito mais pelo concelho. Fez história aquele político que um dia disse “Quem se mete com o PS leva!”. Por cá talvez tenhamos de fazer uma pequena adaptação para “Quem não me apoiou, leva!”. Mas a verdade é que no final quem “leva” é o concelho ao estar sujeito à satisfação de egos pessoais. 


Acredita que é possível tirar o PSD do poder autárquico no concelho de Esposende? 


Na última campanha eleitoral, durante a visita a uma freguesia do norte do concelho, dizia-me uma senhora: “Não se canse. O PSD ganha sempre, nem que o candidato seja o Rato Mickey!”. Eu não serei assim tão radical nessa análise. Ficou provado que o partido está muito enraizado e que ainda há muita gente que olha para o partido político como olha para o clube de futebol: voto neste porque sou deste. Julguei sinceramente que já vivíamos tempos diferentes, em que a nível local a opção se fizesse por pessoas e não por partidos. Aparentemente ainda estamos um pouco longe desse patamar. Nunca foi minha intenção tirar o PSD do poder. O que eu desejo como munícipe, como contribuinte e como pai, é que alguém afaste da câmara a incompetência, a falta de visão e a falta de ambição. Se é um dado adquirido que o PSD ganha sempre, então deixo aqui o desafio aos dirigentes, militantes e votantes do PSD que escolham pessoas que estejam à altura dos desafios e das necessidades do concelho. 


Perante o resultado que obteve em outubro passado, muita gente se questionou se assumiria o lugar de vereador de oposição e se levaria o mandato até ao final. Vai fazê-lo? 


Eu não só tento cumprir sempre com as promessas que faço, como defendo que os mandatos são para levar até ao final, a não ser que motivos de força maior o impeçam. Tal como disse no dia 17 de março de 2017, quando apresentei a minha candidatura à presidência da câmara municipal, a minha intenção foi perguntar aos esposendenses se queriam que eu assumisse novamente as funções de presidente do Município. Se a maioria respondesse que não, como veio a acontecer, levaria o meu mandato como vereador da oposição até ao final e em 2021 encerraria definitivamente a minha passagem pela política, publicando nessa altura as minhas memórias. É exatamente isso que vai acontecer. Se Deus me der vida e saúde, serei vereador até outubro de 2021 e nessa altura fecharei a gaveta da política e publicarei as minhas memórias, que por acaso até já estão prontas. Só não as publico de imediato porque alguns dos que se riem para mim pela frente e me atacam pelas costas, deixarão certamente de se rir e eu não lhes quero retirar esse “prazer”. 


Apesar de ainda estarmos a 3 anos de distância das próximas eleições, já muita gente se questiona sobre o seu futuro político e sobre o futuro do movimento JPNT. Em 2021 o JPNT irá novamente a votos, apresentando-se como uma alternativa ao PSD? Se sim, será João Cepa a liderar novamente o movimento, candidatando-se novamente à presidência do Município? 


No que à minha pessoa diz respeito, a resposta já foi dada na resposta anterior: não serei candidato. Aliás, a partir do momento em que em outubro passado, em cada 100 eleitores 80 disseram que não se revêm na minha forma de trabalhar e de gerir os destinos do concelho, não faz qualquer sentido pensar numa nova candidatura. Quanto ao JPNT, espero sinceramente que se encontrem condições para surgir novamente uma candidatura independente que se apresente como alternativa ao atual Poder, assim como espero que até lá todos aqueles que votam num partido só porque é o seu partido, pensem bem se essa é a melhor forma de defender o futuro da sua terra, dos seus filhos e dos seus netos.

30/04/2018

MENTIROSO E ALDRABÃO

Por João Cepa

Uma das características que esteve sempre presente na atuação do presidente da câmara de Esposende no mandato anterior foi a obsessão quase doentia de comparar permanentemente a sua atuação com o passado. Expressões como “mais” e “o melhor de sempre” eram quase obrigatórias nas tomadas de posição públicas, nomeadamente nos textos publicados no boletim municipal. Percebia-se claramente que queria a todo o custo dizer às pessoas “eu sou melhor do que eles”. Digo “eles” porque numa fase inicial a comparação era sempre feita com todo o passado, ou seja, abrangendo todos aqueles que o antecederam no cargo. 

Não há dúvida nenhuma que a principal ferramenta para a disseminação desta ideia foi o boletim municipal, recorrendo sistematicamente à inverdade e à deturpação dos factos para passar a mensagem que interessava ao Poder. Em bom rigor, este boletim que deveria ser informativo, nunca foi mais do que um meio de propaganda e de promoção política pessoal, utilizando recursos financeiros do Município. 

Depois de tudo o que se passou, não me resta alternativa que não seja reconhecer que esta estratégia funcionou. A utilização deste meio de propaganda, associado a uma estratégia de passar mensagens boca a boca de difamação do principal adversário, num claro assassinato de carácter, colheu os seus frutos no momento da população decidir. 

Julguei sinceramente que depois do resultado obtido nestas eleições, não só o discurso mudasse um pouco, como também o boletim que consome um valor significativo dos nossos impostos passasse um ser um pouco menos mentiroso e aldabrão. Enganei-me! A postura mantém-se a mesma, apenas com uma pequena nuance: agora a comparação com o passado já só vai até ao momento em que João Cepa assumiu a presidência da Câmara Municipal. Ao que consta, pessoas que tiveram responsabilidade autárquicas antes desse período ficaram muito desagradadas com a sistemática comparação e desvalorização do seu trabalho por parte do atual líder autárquico, tê-lo-ão repreendido e naturalmente, não querendo desagradar a quem o apoiou de forma tão vincada, acabou por reduzir o tal “passado” ao período 1999-2013. 

Escrevo este texto porque detesto a mentira e porque detesto que tratem os esposendenses como pessoas ignorantes. Foi isto que aconteceu mais uma vez com a edição do último boletim municipal quando se anunciou que o “ano de 2017 registou o maior investimento da última década” e que 2017 registou a “menor dívida dos últimos 20 anos”, “metade da dívida de 2013”. 

Eu até poderia admitir que afirmações destas se faziam por ignorância e incapacidade de analisar dados de gestão, mas tal seria demasiado grave e preocupante para o futuro do nosso concelho. Por isso, não me resta tirar outra conclusão que não seja a de que mais uma vez se quis deliberadamente enganar a população, não só para criticar o passado, como para sobrevalorizar o presente. 

Relativamente ao investimento realizado pela Câmara Municipal, coloco junto deste texto dois gráficos retirados dos relatórios de gestão de 2013 e 2017 (documentos assinados, apresentados e aprovados pelo atual presidente da câmara), que podem ser consultados no site do Município, e que dizem respeito ao investimento (real) realizado nos últimos 8 anos. Basta olhar para os valores para perceber a grande mentira que é uma das afirmações que aparecem em parangonas na primeira página do boletim “desinformativo”. 

Já agora peço-lhes que reparem bem na diferença entre o investimento realizado nos primeiros 3 anos do mandato anterior e o último ano, ano de eleições. Facilmente se percebe que as obras foram estrategicamente empurradas para o último ano, obedecendo não a uma lógica de necessidade da população, mas sim de interesse eleitoral. E se funcionou eleitoralmente em 2017, não tenham a menor dúvida de que neste mandato a estratégia será exatamente a mesma: amealhar milhões nos primeiros 3 anos, para gastar tudo no último, 

Quanto à “dívida”, importa antes de mais esclarecer a que tipo de dívida nos estamos a referir. O Município tem dois tipos de dívidas: as dívidas de curto prazo, que de uma forma simplista dizem respeito às facturas que se encontram por pagar; e as dívidas de médio longo prazo, que dizem respeito ao endividamento resultante da contratação de empréstimos bancários para a execução de obras. 

No que diz respeito às dívidas de curto prazo, já disse e volto a repetir, que quando se sentou pela primeira vez na cadeira da presidência o actual presidente da câmara não encontrou uma única factura para pagar e ainda encontrou um saldo bancário de cerca de 2,5 milhões de euros. 

Quanto aos empréstimos contraídos para a execução de obras, que estavam a ser normalmente amortizados cumprindo-se todas as obrigações, como qualquer um de nós faz com o seu crédito à habitação, em 2013 o valor total era de cerca de 7,8 milhões de euros, muito longe da capacidade máxima de endividamento do Município. É importante que se refira que neste valor está incluído o empréstimo para financiar as obras que a Polis Litoral viria a executar no concelho. Ou seja, no mandato 2013-2017 a Câmara Municipal não teve de contribuir com um cêntimo que fosse para estas obras. 

O que agora é dito é que o valor total do endividamento de médio/longo prazo do Município baixou para 3,4 milhões, ou seja, metade do valor de 2013. É mentira! “Esqueceram-se” de adicionar o novo empréstimo de 3,5 milhões de euros que a Câmara Municipal contratou em 2017 e que só não utilizou até final do ano, porque aconteceu aquilo a que já nos habituou: os investimentos atrasaram-se. Em resumo, o endividamento de médio/longo prazo real do Município é neste momento de 6,9 milhões de euros (3,4 milhões que vinham de trás + 3,5 milhões que este presidente contratou), ou seja, está longe de ser o menor dos últimos 20 anos e muito longe de ser metade do de 2013. 

Agora fico ansiosamente à espera que sejam publicados na primeira página de um próximo boletim títulos como “A Câmara Municipal gastou no mandato anterior 1,6 milhões de euros em publicidade e trabalhos de tipografia, mais 410% do que tinha gasto no último mandato de João Cepa”. Ou então “A Câmara Municipal gastou no último mandato mais 1,6 milhões de euros em pessoal do que tinha gasto no último mandato de João Cepa”. Ou ainda “A Câmara Municipal cobrou entre 2015 e 2017 mais 600.000 € aos munícipes de tarifas de resíduos sólidos (lixo) do que aquilo que necessitava para pagar a recolha e colocação no aterro”. Ou então “No mandato anterior a Câmara Municipal cobrou aos esposendenses mais 4 milhões de euros de IMI do que tinha cobrado no último mandato de João Cepa”. 

Não é por nada, mas escreverem umas verdades de vez em quando no boletim até custava menos quando olhamos para fatura da tipografia. 

Na verdade, o mais injusto e revoltante é que o presidente da Câmara faz chegar a informação que lhe convém todos os meses a todas as casas do concelho, utilizando o nosso dinheiro. Nós, se quisermos desmontar as mentiras, teremos de o fazer com os nossos próprios recursos financeiros. 

Aliás, no início do mandato pedi para que me fosse disponibilizado um espaço no boletim para informar regularmente os munícipes sobre a minha atividade como vereador, ou seja, para lhes prestar contas do meu trabalho, e tal pretensão foi liminarmente rejeitada pelo presidente da câmara. Pudera! 

Aproveito a oportunidade para informar que por motivos de força maior (saúde) fui obrigado a pedir a suspensão do mandato de vereador pelo período de 90 dias. Espero regressar revigorado e cheio de motivação para continuar a desmontar as mentiras com que os esposendenses são constantemente bombardeados e para, dentro das muitas limitações democráticas, continuar a defender aquilo que entendo serem os verdadeiros interesses do concelho. 

Até breve. 

PS: o mandato já se iniciou há quase 7 meses e durante este período o presidente da câmara não me respondeu a um único requerimento dos muitos que apresentei solicitando informações e esclarecimentos; não me entregou uma única cópia dos documentos que também solicitei; nem me autorizou consultar os processos de licenciamento de obras que pretendia. A Democracia e a transparência no seu melhor.



22/02/2018

À PRIMEIRA CAEM QUASE TODOS

Por JOÃO CEPA

A Câmara Municipal celebrou mais um daqueles protocolos que pouco mais servem do que para promover uma cerimónia e lançar uma notícia, seja através de nota de imprensa, seja através do boletim informativo municipal, o tal que nos custa os olhos da cara a nós munícipes e contribuintes líquidos do orçamento autárquico. 

Desta vez celebrou-se um protocolo com o Instituto Superior de Saúde (ISAVE) “visando a colaboração no plano da promoção da saúde”, e que devidamente analisado se resume ao previsto na alínea a) da Cláusula 1ª, ou seja, o ISAVE vai colaborar com o Município de Esposende no “desenvolvimento de atividades de sensibilização, esclarecimento e rastreios, nas áreas ministradas no ISAVE, dirigidas à comunidade”. Eu que BEM conheço os protagonistas políticos deste mandato autárquico, posso garantir desde já que o que não vai faltar nos próximos 3 anos é a assinatura de protocolos vazios de conteúdo e de interesse para a população. 

Não sei se as pessoas têm por hábito guardar os boletins que mensalmente lhes caiem na caixa de correio, mas se tiverem deixo-lhes desde já o desafio de analisarem o que está para trás e de verificarem o quanto já foi escrito e que na verdade não passou de matéria para enganar o Zé Povo. 

Mas voltando à assinatura do protocolo com o ISAVE, reparem bem na forma como a iniciativa é publicitada, começando precisamente com um título que mais parece aqueles títulos das primeiras páginas dos jornais sensacionalistas ou das revistas cor-de-rosa, que depois se constata que nada têm a ver com as notícias em si: “Esposende deve acolher ensino superior na área da Saúde”. 

Quando passamos para a notícia constatamos que afinal foi apenas o presidente do ISAVE, que num gesto de cortesia e simpatia com o anfitrião, resolveu dizer durante a cerimónia que o Município deveria acolher a médio prazo ensino superior na área da Saúde (deve ser anunciada alguma coisa perto das eleições de 2021). Mas, logo de seguida, diz que “um curso de Turismo e Gastronomia fazia todo o sentido em Esposende”. Ensino Superior na área da Saúde com um curso de Turismo e Gastronomia”?! Será que o objectivo é formar malta para desenvolver Clarinhas de Fão e Lampreia à Bordalesa versão light e saudável? 

Termino fazendo um pedido. Pouco tempo antes das últimas eleições o Município e o IPCA também assinaram um protocolo, que a Câmara Municipal noticiou no seu boletim informativo com um título parecido com “Ensino Superior chegou finalmente a Esposende”. O que vos queria pedir é se me podem dizer onde posso encontrar um professor ou um aluno do Ensino Superior de Esposende, isto porque já estamos no segundo semestre, ainda não encontrei nenhum, e a única coisa que sei é que o IPCA vai criar uma Escola Superior de Turismo em... Guimarães.

O povo é sereno...


17/02/2018

A VERDADE QUE SE IMPÕE

Por JOÃO CEPA

Na política encontra-se com muita frequência quem à falta de argumentos recorra à técnica da mentira e da intoxicação da opinião pública para safar a pele ou para desviar as atenções do que é essencial. 

Imagino que o esclarecimento público que fiz recentemente sobre o processo de aquisição da Estação Radionaval de Apúlia tenha trocado as voltas a quem pretendia fazer do anúncio da medida uma espécie de glorificação de autarca(s). 

Como esse esclarecimento levou a que pelo menos algumas pessoas se questionassem sobre o mérito do negócio agora anunciado, e que vai ser concretizado pelo Município, havia que, apostando na estratégia que vem sendo usada de há uns anos a esta parte, levar a população a desconfiar das intenções e da seriedade de quem veio a público questionar o processo. 

Neste sentido, rapidamente os capachos do Poder trataram de espalhar o boato de que o que o João Cepa queria mesmo era entregar a Estação Radionaval a “um amigo empreiteiro para fazer um resort”. Na verdade o método de intoxicação da opinião pública usado não é muito original, mas mesmo assim acredito que até colha alguns frutos. 

Não vou repetir o que já esclareci em texto anterior sobre os termos do acordo que estabeleci, ainda na qualidade de presidente da câmara, com o Governo para a aquisição de dois dos três polígonos da Estação Radionaval, acordo que o meu sucessor preferiu meter na gaveta para não ter de repartir louros ou mérito. 

Mas faço questão de esclarecer sobre o destino que pretendia dar ao imóvel, caso continuasse na presidência da Câmara Municipal ou caso tivesse ganho as últimas eleições. 

O polígono Norte, onde se localiza o campo de jogos e que ficou de fora do acordo que o Município fez agora, estava destinado à construção do Centro Escolar de Apúlia, projecto que este Executivo aparentemente também meteu na gaveta, tendo em conta que vai investir quase 500.000 euros na requalificação da Escola do Facho. 

Quanto ao destino a dar ao polígono central, resultaria de um concurso de ideias a lançar pelo Município e seria a própria população a decidir qual o projecto que entendesse melhor servir os interesses do concelho e de Apúlia em particular. As únicas condições é que o projecto a desenvolver fosse gerador de atratividade, criador de emprego e permitisse a fruição do espaço por parte da população local. 

A Câmara Municipal diz que vai lá instalar um Instituto Multidisciplinar de Ciências e Tecnologia Marinha. Isto quer dizer duas coisas: que Apúlia não terá um Centro Escolar, tal como tiveram Esposende, Fão e Forjães; e que os apulienses continuarão a olhar para a Estação Radionaval da mesma forma como olharam ao longo dos anos, ou seja, de fora para dentro através dos muros de vedação. 

A verdade nua e crua é que o actual presidente da câmara empatou o negócio durante quatro anos e meio, acabou por fazer um péssimo acordo para o Município quando comparado com o acordo que tinha sido feito em 2013, e como se não bastasse, vai transformar aquilo que foi durante muitos anos um condomínio fechado de militares, num condomínio fechado de professores-doutores, mantendo os apulienses e os esposendenses em geral do lado de fora dos muros. 

Para terminar, e voltando ao início deste texto e aos capachos do Poder, fica aqui o desafio para que todos puxem pela memória e se lembrem do nome de um “empreiteiro” que tenha apoiado a minha candidatura nas últimas eleições. Se alguém descobrir, sou homem para oferecer um prémio de mérito. Eu bem os vi muito empenhados numa candidatura, mas não foi seguramente na minha.

10/02/2018

DESINTERESSE MUNICIPAL

Por JOÃO CEPA


No dia 5 de Dezembro de 2017 enviei o seguinte email ao presidente da Câmara Municipal:


Ex.mo Senhor 
Presidente da Câmara Municipal de Esposende 

Tendo sido solicitada a minha colaboração na prospecção de um terreno para a fixação de uma empresa estrangeira na região, venho pelo presente informar V. Exa. de que, caso seja do interesse do Município, poderá o mesmo apresentar uma ou mais propostas para esse efeito. 

A empresa necessita de um terreno com uma área total de 80.000 m2, localizado em zona devidamente infraestruturada, e no qual possa construir uma unidade industrial com 30.000 m2. 

Caso pretendam apresentar uma proposta, deverão fazê-lo até à próxima quinta-feira, dia 7 de Dezembro, sendo que nesta fase é suficiente a apresentação de uma planta do terreno, as condições de venda do mesmo e os eventuais apoios concedidos pelo Município. 

Cumprimentos, 

JOÃO CEPA



Até à presente data não obtive qualquer resposta, pedido de esclarecimento ou de informação complementar.

A empresa em questão, de origem francesa, vai instalar-se num município da Região do Centro, onde uma câmara municipal se empenhou fortemente em encontrar as condições para a fixação da mesma.

Não sei se o desinteresse do Município de Esposende se deveu ao facto de ter sido eu o interlocutor ou ao facto do Executivo Municipal continuar a achar que a Economia do concelho deve assentar quase exclusivamente no Turismo, nomeadamente no Turismo de Eventos. Para mim qualquer uma delas é criticável e até censurável.

Na verdade já não há muita coisa que me surpreenda, mas surpreendeu-me o facto de nem sequer ter havido da parte dos responsáveis municipais interesse em obterem mais informação sobre o projecto, como houve da parte de outros municípios contactados.

Posso estar enganado, mas acho que o concelho ainda vai pagar muito caro pela política que está a ser seguida. Mas isso sou eu que acho.

07/02/2018

CUSTOS DE PROPAGANDA

A Câmara Municipal de Esposende acaba de adjudicar, por Ajuste Directo, mais uma prestação de serviços de impressão do Boletim Informativo Municipal, pelo valor de 19.500 € mais IVA, ou seja, por 23.985 €.


AONDE PÁRA A RECEITA?

Nota prévia: considero que o Salão de Motos de Competição, cuja 2ª edição se realizou recentemente em Esposende, é um evento interessante e que deve continuar. Importa-me, contudo, que seja sempre clara a forma como o Município se envolve na organização e/ou apoio destas iniciativas. Por essa razão, na última reunião de câmara questionei em que moldes se tinha dado a participação da Câmara Municipal neste evento.

De acordo com os esclarecimentos dados pelo presidente da câmara, a Câmara Municipal não foi a promotora da iniciativa, apenas a apoiou, nomeadamente com o pagamento de despesas, entre as quais se destaca o aluguer da tenda por 12.000€. Nesta matéria julgo haver alguma falta de rigor na informação dada, já que consultando o portal onde são publicados os contratos públicos se verifica que afinal o aluguer da tenda custou cerca de 9.700€. Possivelmente os 12.000€ dizem respeito à totalidade dos encargos assumidos pelo Município.

Também de acordo com informação dada pelo autarca terão passado pelo evento cerca de 4.500 pessoas.

O que não é nada normal é que a Câmara Municipal apoie o Salão de Motos com uma verba significativa e que o seu responsável máximo diga que não sabe quem cobrou as entradas, de que forma foram cobradas e que destino foi dado à receita. Ou seja, ao terem de facto entrado no espaço do evento 4.500 pessoas (número só possível de determinar através da contagem dos bilhetes vendidos), sabendo-se que o bilhete custava 3€, terá sido arrecadada uma receita a ultrapassar os 13.000€, valor esse que a Câmara Municipal não sabe dizer de que forma e por quem foi cobrado.

Não está em causa a seriedade do processo e muito menos das pessoas envolvidas na organização. O que está em causa é a transparência do envolvimento do Município e o rigor como o mesmo trata a aplicação dos dinheiros públicos.

Como nota final, aproveitei para sugerir ao presidente da câmara que futuras edições deste evento, assim como de outros eventos, sejam deslocalizados para outros espaços, nomeadamente para a zona ribeirinha, de forma a não ocupar durante tanto tempo um espaço que foi criado para minimizar os graves problemas de estacionamento existentes no centro da cidade.

EMPURRAR COM A BARRIGA

De acordo com documento entregue na última reunião de câmara, a autarquia assumiu até ao dia 31 de Dezembro de 2017 cerca de 9,3 milhões de euros de encargos financeiros que terão de ser pagos no ano 2018 e seguintes.


18/01/2018

MAIS VALE ESTAR QUIETO

Por JOÃO CEPA

A Estação Radionaval de Apúlia é constituída por 3 polígonos, interligados entre si, cada qual com uma área entre 30.000 e 35.000 m2.

Depois de um longo processo de contactos com o Ministério das Finanças e com o Ministério da Defesa, que demorou vários anos, em Setembro de 2013 foi possível chegar finalmente a um entendimento com o Governo para a aquisição de dois desses polígonos. A Câmara Municipal pretendia adquirir a totalidade da Estação Radionaval, mas o Ministério da Defesa sempre defendeu manter um deles na posse do Estado.

Assim sendo, e tal como referi, numa reunião que tive no final de Setembro de 2013, na qualidade de Presidente da Câmara Municipal de Esposende, com um representante de cada um dos ministérios envolvidos no processo, foi estabelecido um acordo para a aquisição do polígono situado a Norte (A), onde se localiza o campo de futebol, e o polígono central (B), onde se localizam os edifícios. Importa referir que o Ministério da Defesa pretendia inicialmente manter na sua posse o polígono Norte, mas perante a pressão da Câmara Municipal acabou por aceitar ficar com o polígono Sul (C), inserido em espaço agrícola.

Ficou então acordado que o Município pagaria por cerca de 70.000 m2 o valor de 1,2 milhões de euros, em 6 prestações anuais, sem juros.

A partir daquele momento bastaria à Câmara Municipal comunicar formalmente ao Governo que aceitava as condições negociadas para que a aquisição se efectuasse de imediato.

Como se estava em véspera de eleições autárquicas e como já se estava num período em que a gestão era apenas corrente, não podia a Câmara Municipal aprovar a compra, pelo que o processo teria de prosseguir com o novo Executivo.

No dia 8 de Outubro de 2013, no dia seguinte à tomada de posse do novo presidente da câmara, dei-lhe conhecimento dos termos do acordo e informei-o sobre o ponto da situação do processo. Depois disso sei apenas que em Abril de 2014, o representante do Ministério da Defesa ainda aguardava por um contacto e uma resposta do presidente da câmara.

Confesso que nunca percebi por que razão nunca foi concretizado o acordo nos 4 anos que se seguiram. A justificação do então e actual presidente da câmara era que estava a desenvolver novas negociações com o Governo para melhorar as condições de aquisição da Estação Radionaval.

Foi hoje publicado em Diário da República o despacho que determina a desafectação e alienação ao Município de Esposende da Estação Radionaval de Apúlia. Ou melhor, a desafectação e alienação de apenas um polígono. Da leitura do despacho só me ocorre uma expressão: mais uma vez a montanha pariu um rato.

Vejamos então. Em Setembro de 2013 estabeleci um acordo com o Governo para o Município de Esposende adquirir dois polígonos da Estação Radionaval, num total de cerca de 70.000 m2, pelo valor de 1,2 milhões de euros (17€/m2), a pagar em 6 anos sem juros. Passados 4 anos e meio, e depois das ditas “negociações” encetadas pelo actual presidente da câmara, o Município vai adquirir 1 polígono apenas, com 35.000 m2, pelo valor de 960 mil euros, ou seja, 26€/m2, valor que vai pagar de uma só vez.

Agora percebo perfeitamente a que é que o meu pai se referia quando me dizia em miúdo “se não sabes mexer, está quieto”.

Ninguém tenha dúvidas de que a brutal máquina de propaganda de que o Município dispõe e a habitual postura de descaramento político se vão encarregar de propagandear esta compra junto da população como tendo sido uma conquista política notável.

Mas a verdade, a que fica para a história, é que mais uma vez o actual presidente da câmara prejudicou o Município. E tudo porque vive a obsessão de não querer repartir mérito com ninguém, principalmente com quem o antecedeu na gestão municipal. Sim, porque se tivesse concretizado o acordo de 2013, 70.000 m2 da Estação Radionaval já teriam passado para propriedade do Município há 4 anos. Assim, vai-se vangloriar dos 35.000 m2 que vai comprar ao dobro do preço.

De qualquer forma, de embuste em embuste, de mentira em mentira, de acto de má gestão em acto de má gestão, os 600 mil euros gastos por ano em publicidade vão mantendo o povo sereno e animado.


04/01/2018

MISSÃO (IM)POSSÍVEL

Por SANDRA BERNARDINO

A mudança de ano costuma ser uma altura em que se aproveita para fazer balanços: do que foi feito e o que se deixou por fazer. Do que foi bem feito e do que foi menos bem feito. Daquilo que importa manter e o que convém deixar de lado.

Pesa-se tudo e logo vemos para que lado pende a balança da nossa consciência.

2017 foi o ano em que me iniciei, formalmente, na política.

Duas palavras definem esta experiência: surpresa e desilusão.

Surpresa porque foi “coisa” que não tinha sequer imaginado, atenta a minha (relativa) aversão ao tema.

Desilusão ao perceber que, afinal, tinha razão na minha (agora já não tanto relativa) aversão à política e aos políticos.

Percebi agora que para ser política não devo dizer tudo o que me vai na alma.

Ao que parece, devo escolher bem as palavras, medi-las, pesá-las, colocá-las numa espécie de mesa de cirurgia, desenhá-las, cortá-las, dar-lhes uma aspecto bonito e politicamente correcto e só depois, passado o período de recuperação, mostrá-las para serem sujeitas a todo o tipo de interpretações.

Na política reina, mais do que em qualquer outro aspecto da vida, a hipocrisia.

Mas como hipócrita não sou, rapidamente concluí que provavelmente não tenho grande futuro!

Nada que me deixe muito preocupada porque, afinal, nunca tive grandes aspirações políticas.

Mas tenho pena. E tristeza.

Pena e tristeza porque, por muita vontade que se tenha de mudar, somos rapidamente abafados e anulados pelas regras impostas pelos interesses de quem “manda”.

A minha experiência na última Assembleia Municipal foi disso exemplo. Uma sessão que, para além da proposta da Câmara Municipal de Esposende sobre os Documentos Previsionais para o ano de 2018 – Orçamento, Grandes Opções do Plano e Mapa de Pessoal, tinha mais 35 outros pontos para serem aprovados ou comunicados!!!

Não demorou muito: apenas 7 horas! Terminou quando os ponteiros do relógio se preparavam para marcar 4 horas da manhã.

Percebi que na Casa da Democracia importa mostrar sorrisos e fazer as perguntas com alguma ironia e muita simpatia, ou somos logo apelidados de “aziados”.

Importa “arrumar para canto” quem pode incomodar, recorrendo a todas as técnicas e táticas, designadamente alianças improváveis.

Vale tudo e só não se tiram olhos porque isso dá muito nas vistas!!!!!

Percebeu-se, desde o primeiro momento, que o alvo a abater é o JPNT.

Compreende-se!

O JPNT é, afinal, persona non grata para o PS, para o CDS e para o PCP, muito provavelmente por lhes ter “roubado” eleitorado, reduzindo-os a uma discreta representação na Assembleia Municipal.

Quanto ao PSD, com a postura a que nos habituou nos últimos anos, tirou logo partido desse posicionamento das restantes forças políticas e tratou de fazer listas conjuntas para eleição dos representantes na CIM Cávado e no Conselho Municipal de Segurança de Esposende. Sim, é verdade: PSD, PS, CDS e PCP juntaram-se numa única lista, porque essa era a única forma de impedirem que o JPNT elegesse representantes seus.

Percebeu-se também que a acção fiscalizadora que compete à Assembleia Municipal é, por alguns, interpretada de uma forma muito curiosa!

Desde logo o tempo das intervenções. Podem fazer-se intervenções, mas estas não podem exceder o tempo determinado pelo cronómetro que a mesa da presidência controla ao segundo, sustentado num regimento concebido claramente para impedir que se “incomode” muito o Poder.

E depois as perguntas. Podem fazer-se perguntas, mas se essas perguntas forem incómodas para o Sr. Presidente da Câmara, deixam de ser perguntas e passam a ser intervenções políticas, isto na opinião de quem preside à reunião.

A minha palavra foi cortada logo à segunda pergunta, quando me preparava para perguntar o critério usado pela Câmara Municipal para escolher as empresas a quem foram adjudicados um conjunto de serviços por ajuste direto.

Esta pergunta começou com uma introdução, dando exemplos de situações em que o Município recorre à figura do Ajuste Direto com consulta apenas a uma empresa: a empresa Wemaze – Gestão de Projetos Lda, à qual foi adjudicado o projeto de adaptação do Centro de Negócios por 39.500€; a empresa Atelier de Arquitectura e Engenharia Filipe e Manuela, Lda, à qual foi adjudicado o projecto de requalificação do Bairro do IGAPHE por 73.800€; a empresa Geo Future, Lda, à qual foi adjudicada uma prestação de serviços de assessoria e consultoria na execução de projectos (?) por 91.500€; a empresa Edigma, à qual foi adjudicada a criação de um site por 43.000€; a empresa Engenho e Rio Unipessoal, à qual foi adjudicada uma prestação de serviços de acompanhamento e orientação técnica da empreitada do Canal por 92.000€; a empresa Marques Franco Arquitecto Lda, à qual foi adjudicado o projecto de arquitectura da requalificação da Escola Secundária por 92.000€; a empresa Fachada de Referência, à qual foram adjudicados os projetos de especialidades da requalificação da Escola Secundária por 92.000€.

Não consegui chegar sequer a meio dos exemplos que tinha.

Bastou que o presidente da Câmara fizesse um sinal ao presidente da Assembleia Municipal para que este considerasse a minha introdução às perguntas como sendo uma intervenção política!!! Mas afinal a quem incomodam estas perguntas? Não há uma expressão popular que diz que “quem não deve não teme”?!

Antes do 25 de Abril de 1974 não se faria melhor!

Ficaram por fazer dezenas de perguntas.

Deixaram de ser feitas muitas considerações e reparos.

Mas parece que a democracia é assim!

Já que estamos em período de balanços, não posso deixar de lamentar que na última Assembleia Municipal, o prato da balança reservado à oposição tenha ficado praticamente vazio!

Culpa minha, reconheço, que deixei falar mais alto a minha inexperiência e inabilidade para a prática política!

Agora que inicia um novo ano tenho, para além das resoluções habituais, uma nova: FAZER OPOSIÇÃO SEM CAIR NA TENTAÇÃO DE SER POLÍTICA!

Podem fazer as “coligações” que entenderem, imporem as restrições que lhes forem mais convenientes, condicionarem como costumam condicionar. Uma coisa é certa: às nossas perguntas incómodas não vão escapar.

12/12/2017

O VOTO CONTRA NO ORÇAMENTO 2018

Por João Cepa

A Câmara Municipal acaba de lançar mais uma nota de imprensa, desta vez sobre o Orçamento 2018, que o presidente da câmara apelida de "maior Orçamento de sempre". Neste aspecto tem razão: é, de facto, o maior Orçamento de sempre. Esqueceu-se foi de dizer que se lhe retirar os 3,5 milhões de euros que vai utilizar de um empréstimo que a câmara contratou de forma discreta e muito silenciosa, então já deixa de ser o maior orçamento de sempre. Além do mais, um orçamento é tão só e apenas uma previsão. Em Abril de 2019, quando for apresentado o Relatório de Gestão de 2018, veremos se foi ou não o maior orçamento executado de sempre.

Mas como o presidente da câmara fez questão de mandar colocar na nota de imprensa que o Orçamento mereceu o voto contra do vereador João Cepa, acho por bem transcrever aqui a minha declaração de voto, para que os munícipes percebam as razões porque o fiz.


Os Documentos Previsionais, mesmo obedecendo por lei a algumas regras contabilísticas, não são mais do que documentos que suportam um conjunto de intenções que poderão vir a ser, ou não, concretizadas. Nesse sentido, dou mais importância aos relatórios de gestão, que demonstram aquilo que foi a gestão real, do que aos documentos previsionais. 

Na verdade, fomos habituados pelo atual presidente da câmara à apresentação de Planos e Orçamentos digamos que “ambiciosos”, e que permitem grandes notas de imprensa de auto-louvor, mas que depois se traduzem em execuções verdadeiramente miseráveis. Veja-se o exemplo do Plano de Investimentos de 2016 que terminou o ano com uma execução de apenas 36%, apesar de ter sido anunciado pela máquina da comunicação como tendo sido o melhor ano de sempre. 

Da análise da parte descritiva dos planos percebe-se que os mesmos não passam de um somatório e de uma colagem das propostas apresentadas pelos vários serviços, não tendo havido um trabalho político de análise, articulação e integração. Prova disso mesmo é a duplicação de propostas. 

No que diz respeito às Grandes Opções do Plano, é verdadeiramente assustador verificar que 28% do investimento vai para Serviços Gerais e de Administração, deixando, por exemplo, a Educação com uns tímidos 12% e as Atividades Económicas com pouco mais de 3%. 

Contudo, o que mais preocupa na análise destes documentos é aquilo que se constata no Orçamento. 

Apesar do presidente da câmara continuar a insistir no discurso do “alívio fiscal”, a verdade é que nunca o Município arrecadou tanto em impostos, taxas e tarifas como nos últimos 4 anos, fenómeno que se repetirá em 2018. No próximo ano serão cobrados aos esposendenses 10 milhões de euros, ou seja, mais 1,4 milhões do que foram cobrados em 2013. Só em tarifas de resíduos sólidos é mais meio milhão de euros do que no último ano do mandato 2009-2013. 

Neste domínio, o discurso utlizado pelo presidente da câmara de que, mesmo que queira, não pode baixar mais os impostos, é pura falácia. A Câmara Municipal pode perfeitamente baixar, por exemplo, as tarifas dos resíduos sólidos e a sua comparticipação no IRS. Bastaria querer. Não quer. 

Constata-se também um aumento absolutamente descontrolado das Despesas Correntes do Município, principalmente das despesas com pessoal. Em 2018 o Município gastará em recursos humanos mais 600 mil euros do que em 2017 e mais 1,16 milhões de euros do que em 2013. São números verdadeiramente assustadores e que terão consequências dramáticas no futuro na estabilidade financeira do Município. 

A preocupação é ainda maior quando da análise do Orçamento resulta que o aumento das Despesas Correntes em 2018 será de 870 mil euros relativamente a 2017 e de 3 milhões de euros relativamente a 2013. 

Estamos, mais uma vez, perante um Orçamento despesista: 70.000 euros para horas extraordinárias; 81.400 euros para locação de edifícios; 1 milhão de euros para estudos, pareceres, projetos e consultoria; 47.500 euros para publicidade; 357.760 euros para trabalhos gráficos, valor que será naturalmente reforçado durante o ano; etc. 

Estamos perante um Orçamento Municipal sem visão e sem ambição. Fica-se pelo despesismo e pelos gastos com coisas supérfluas, que farão com que Esposende continua a viver na ilusão e no deslumbramento, deixando-se constantemente ultrapassar pelos concelhos vizinhos em áreas tão importantes como a fixação de empresas, a criação de riqueza e a criação de emprego. 

Estas são apenas algumas das muitas razões que me levam a VOTAR CONTRA estes Documentos Previsionais.


05/12/2017

REUNIÃO DE CÂMARA | 7 DE DEZEMBRO DE 2017

Por JOÃO CEPA

A próxima reunião de Câmara realizar-se-á no dia 7 de Dezembro, quinta-feira, pelas 10h00, no Salão Nobre dos Paços do Concelho e é aberta ao público.

A Ordem de Trabalhos é a seguinte:
  1. Período de Antes da Ordem do Dia;
  2. Balancete;
  3. Acta da reunião ordinária do Executivo Municipal nº 23/2017;
  4. Voto de louvor ao Dr. Hernâni Zão Oliveira;
  5. Reorganização dos Serviços Municipais do Município de Esposende;
  6. Alteração à Estrutura Interna dos Serviços Municipais do Município de Esposende;
  7. Resolução para se requerer a redução e retificação do pedido de Declaração de Utilidade Pública para a construção de sistema intercetor e de desvio da área urbana de Esposende;
  8. Empréstimo de médio e longo prazo - "Plano de Financiamento nas Freguesias" - Alteração de finalidade;
  9. Documentos Previsionais para o ano de 2018 - Orçamento, Grandes Opções do Plano e Mapa de Pessoal;
  10. IMI - Imposto Municipal sobre Imóveis;
  11. TMDT - Taxa Municipal dos Direitos de Passagem para o ano de 2018;
  12. IRS - Participação variável no IRS para o ano de 2018;
  13. Isenção de taxas pela ocupação do espaço público e publicidade, quando conexas a qualquer atividade económica - Ano de 2018;
  14. Prestações de serviços adjudicadas no período compreendido entre 13/11/2017 e 03/12/2017;
  15. Prestação de serviços de coordenação de segurança nas obras a realizar pela Câmara Municipal de Esposende - Decisão de contratar;
  16. Participação no Capital Social das Águas do Norte;
  17. Projeto de "Recuperação e ampliação da Escola Henrique Medina - Esposende" - Escolha do procedimento por concurso público para formação do contrato e aprovação das peças do procedimento;
  18. Beneficiação da rede de drenagem de águas pluviais do concelho - 1ª fase - Auto de receção provisória;
  19. Reconstrução de muros de suporte - Auto de receção provisória;
  20. Beneficiação da Rua Nova do Calvário - Curvos - Auto de receção provisória;
  21. Avenida da Praia - Apúlia - Obras de infraestruturação de subsolo - Auto de receção provisória e liberação de caução;
  22. Beneficiação da Rua 13 de Maio - Gemeses - Auto de receção provisória;
  23. Beneficiação e reperfilamento de arruamentos em Apúlia - Auto de receção provisória;
  24. Construção de rede - Obras de infraestruturação de subsolo - Auto de receção definitiva;
  25. Arranjos exteriores da Habitação Social de Góios - Marinhas - Auto de receção definitiva e liberação de caução;
  26. Beneficiação e infraestruturação da Rua da Morena - Forjães - Auto para liberação de caução;
  27. Processo nº 250/2001 - Construções Vianazende, Lda - Gemeses - Caducidade da licença;
  28. Processo nº 256/2001 - Construções Vianazende, Lda - Gemeses - Caducidade da licença;
  29. Processo nº 116/2015 - Marisa Belinho Pontes - União das Freguesias de Fonte Boa e Rio Tinto - Caducidade do processo de licenciamento;
  30. Processos nº 251/2001, nº 252/2001, nº 254/2001, nº 257/2001 - Barca do Lago Pinhos, SA - Gemeses - Caducidade das licenças;
  31. Apoio às Juntas de Freguesia - Mês de Novembro de 2017 - Ratificação;
  32. Apoio financeiro à Junta de Freguesia da União de Freguesias de Esposende, Marinhas e Gandra;
  33. Concessão de apoio financeiro à Associação Desportiva de Esposende para custear a substituição de iluminação no Estádio Padre Sá Pereira;
  34. Associação Comercial e Industrial do Concelho de Esposende - Acordo de Cooperação - Apoio ao Empreendedorismo, Inovação e Promoção Empresarial;
  35. Designação do Fiscal Único da EAMB - Esposende Ambiente, EM para o ano de 2018;
  36. Instrumentos de Gestão Previsional da EAMB - Esposende Ambiente, EM para o ano de 2018 - Para conhecimento;
  37. Contrato-Programa para a prestação de serviços de resíduos urbanos e limpeza pública no Município de Esposende para o ano de 2018;
  38. Contrato-Programa para a prestação de serviços de execução de tarefas de gestão de espaços verdes públicos, da gestão da vertente ambiental e de gestão do sistema de águas pluviais na área do Município de Esposende para o ano de 2018;
  39. Relatório de Gestão - 1º Semestre de 2017 - Para conhecimento;
  40. Designação do Fiscal Único da Esposende 2000 - Atividades Desportivas e Recreativas, EEM;
  41. Instrumentos de Gestão Previsional da Esposende 2000 para o ano de 2018 - Para conhecimento;
  42. Contrato-Programa para o desenvolvimento dos projetos sociais da Esposende 2000 para o ano de 2018;
  43. Tarifário para acesso aos serviços prestados nos equipamentos sob gestão da Esposende 2000 para o ano de 2018.
Nos termos do Regimento aprovado, as pessoas que pretendam intervir no período destinado ao público, terão de se inscrever antes do início da reunião, indicando o assunto que pretendem tratar.

04/12/2017

QUERIDO MUDEI A CASA

Por JOÃO NUNES

Há diversos programas que mudam as casas das pessoas. Basta pedir apoio e aguardar. Mudam a vida das famílias, sob o slogan de “que temos muito gosto em mudar a sua casa”. A verdade é que, às vezes, assistimos a grandes e fantásticas alterações; comparando o antes e o depois, vemos proprietários, veneradores e obrigados, que curvados diante dos seus benfeitores, repetem os seus agradecimentos, desaguando quase sempre no “que Deus lhe pague”.

A Câmara Municipal de Esposende (CME), agora empanturrada com tantos votos obtidos no último ato eleitoral autárquico, aderiu a este conceito.

Não para mudar os quartos, as janelas, a iluminação, o jardim, o aquecimento, a cozinha, o sistema solar, etc., etc., a qualquer um dos seus munícipes, mas sim, para refinadamente MUDAR PESSOAS/TRABALHADORES, dos seus anteriores locais de trabalho, sendo, pelo menos parece, cirurgicamente escolhidos. Tipo “vassourada”.

Não querendo duvidar das boas intenções de quem manda, ressalta o espirito magnânimo do mesmo, pois ao que se sabe, nenhum dos visados pediu para ser transferido. Claro que tudo isto é feito, na perspetiva do mandador, na salvaguarda dos superiores interesses da municipalidade. Mesmo que os “escolhidos” não concordem; mesmo que não queiram e, mesmo que sintam que essa decisão é um ato humilhante nas suas vidas, que contraria o exemplar profissionalismo de tantos anos anteriores, a verdade é que os selecionados para a mudança, não têm alternativa. As mudanças forçadas parecem irreversíveis.

Será que isto é feito em nome da eficiência? O futuro o dirá.

08/11/2017

REUNIÃO DE CÂMARA | 2 DE NOVEMBRO DE 2017 | REQUERIMENTOS

Por JOÃO CEPA

Realizou-se no passado dia 2 de Novembro a 2ª reunião de câmara do actual mandato autárquico, a primeira aberta ao público.

No Período de Antes da Ordem do Dia, e no âmbito das minhas responsabilidades no plano da fiscalização da acção da Câmara Municipal, apresentei um conjunto de requerimentos, a saber:
  1. Pedido de publicação dos meus contactos (email e telefone) no site do Município, na página relativa ao Executivo.
  2. Pedido de cedência de uma página em todos os números do Boletim Informativo que a Câmara Municipal venha a editar e distribuir, para publicação de informação relativa à minha actividade enquanto autarca.
  3. Pedido de informação mais detalhada sobre os contratos de prestação de serviços adjudicados por despacho do presidente da câmara no período compreendido entre 29 de Setembro e 13 de Outubro.
  4. Pedido de informação mais detalhada sobre a natureza de um conjunto de despesas constantes da Lista de Ordens de Pagamento datada de 18 de Outubro de 2017, entregue na reunião de câmara do dia 19 de Outubro.
  5. Pedido de listagem discriminada dos devedores considerados como "Dívidas de Terceiros" no relatório do auditor externo de informação sobre a situação económica e financeira do Município relativo ao 1º semestre de 2017, cuja dívida total era à data de 684.982,50 €.
  6. Listagem dos vencimentos pagos pela Câmara Municipal relativos aos meses de Agosto, Setembro e Outubro de 2017; relação dos funcionários que gozaram algum período de férias entre 1 de Agosto e 1 de Outubro de 2017; e relação dos funcionários que foram dispensados de funções no período da campanha eleitoral, ou seja, entre 19 e 29 de Setembro de 2017, em virtude de possuírem o estatuto de candidatos.
  7. Pedido de informação sobre uma alegada promessa de apoio social feita há meses a uma munícipe e ainda não concretizada.
  8. Pedido de informação sobre a aplicação, projecto a projecto e até à presente data, do Capital Social realizado pelo Município de Esposende junto da Polis Litoral Norte S.A. - Sociedade para a Requalificação e Valorização do Litoral Norte.
  9. Pedido de cópia dos relatórios de avaliação de todos os imóveis, terrenos e edifícios, adquiridos pelo Município, incluindo empresas municipais, no período compreendido entre 8 de Outubro de 2013 e 29 de Setembro de 2017, e que foram objecto de celebração de escritura e/ou de contrato-promessa.
  10. Pedido de informação sobre processos de licenciamento ou Pedidos de Informação Prévia eventualmente aprovados pela Câmara Municipal durante o ano de 2017 para terrenos situados na Av. Eng. Eduardo Arantes e Oliveira (Av. Marginal) e a Av. Rocha Gonçalves, ambas na cidade de Esposende.
  11. Pedido de cópia do contrato de arrendamento celebrado com o Sr. Porfírio Fernandes para arrendamento do espaço destinado ao Centro de Negócios.
  12. Pedido de informação sobre o vencimento auferido por cada um dos funcionários da empresa municipal Esposende Ambiente e sobre o vencimento que aufeririam caso desempenhassem funções na Câmara Municipal na mesma Carreira e Categoria.
  13. Pedido de cópia do acordo celebrado em Junho de 2015 entre o Município e o Conselho Diretivo dos Baldios de Apúlia, na sequência do qual ambos os outorgantes desistiram dos processos judiciais em curso.
  14. Pedido de disponibilização para consulta de todos os processos de licenciamento registados em nome da empresa MIVI - Miguel & Vilarinho, Lda.
  15. Pedido de informação sobre os funcionários do Município que foram alvo de reclassificação profissional nos últimos 12 meses, nomeadamente, categoria e/ou carreira anterior e nova categoria e/ou carreira; funções exercidas antes da reclassificação e após a reclassificação; acréscimo anual de encargos com os funcionários decorrente da reclassificação; e data da reclassificação.
  16. Pedido de cópia dos Cadernos de Encargos relativos aos contratos celebrados pelo Município, por Ajuste Directo, com as empresas Wemaze - Gestão de Projetos Lda (Elaboração do Projeto do Centro de Negócios); Atelier de Arquitetura e Engenharia - Filipe & Gabriela, Lda (Elaboração do Projeto de Requalificação do Bairro Social de Esposende); e Geo Future, Lda (Prestação de Serviços de Assessoria e de Consultoria na Execução de Projetos).
  17. Pedido de cópia do estudo de viabilidade económica que sustentou o lançamento da empreitada de "Saneamento Básico na União das Freguesias de Espsoende, Marinhas e Gandra - Lugar do Monte", assim como planta com indicação das zonas e vias a intervencionar no âmbito da empreitada.

Até à presente data ainda não recebi qualquer informação ou qualquer elemento solicitado, assim como também ainda não recebi as informações e os elementos solicitados na reunião do dia 19 de Outubro, nomeadamente a relação das horas extraordinárias pagas aos funcionários da Câmara Municipal e da Esposende Ambiente durante o mandato anterior, assim como a indicação do nome da empresa que produziu o video apresentado no Dia do Município e respectivo custo. Relativamente a esta última informação é um pouca estranha esta demora tendo em conta que, ao que consta, terá sido a mesma empresa que fez todo o trabalho de produção de fotografia e de vídeo da campanha do PSD, acompanhando diariamente os candidatos.

Continuaremos a aguardar.... pacientemente.